Monday, December 18, 2006

Global Combined Precipitation Data do Global Precipitation Climatology Project (GPCP)

Fonte da Imagem: JISAO

Esta base de dados combina a informação de satélite com a informação obtida através das medições de pluviómetros (Huffman et al., 1995, Huffman et al., 1997). Foi produzida pelo World Climate Research Program (WCRP) para quantificar e identificar a distribuição da precipitação global (Kidd, 2001). É uma base de dados organizada em ficheiros de ponto de rede de resolução de 2.5º. Os valores são médias mensais (expressos em mm/dia) de precipitação por cada quadrado de 2.5º de lado. É uma base de dados de precipitação que cobre áreas oceânicas e áreas continentais. Só está disponível desde 1979 uma vez que só a partir desta data se iniciaram as várias campanhas de satélites. Esta base de dados encontra-se disponível no GSFC da NASA.


Bibliografia



Huffman, G.J.; Adler, R.F.; Rudolf, B.; Schneider, U.; Keehn, P.R. (1995) - A Technique for Combining Satellite Data, Raingauge Analysis and Model Precipitation Information into Global Precipitation Estimates. Journal of Climate, 8: 1284-1295.

Huffman, G.J.; Adler R.F.; Arkin, P.; Chang, A.; Ferraro, R.; Gruber, A.; Janowiak, J.; McNab, A.; Rudolf, B.; Schneider, U. (1997) - The Global Precipitation Climatology Project (GPCP) Combined Precipitation Data Set. Bulletin of the American Meteorological Society, 78: 5-20.



Kidd, C. (2001) – Satellite rainfall climatology: a review. International Journal of Climatology, 21: 1041-1066.

Saturday, December 16, 2006

Dados por estação climatológica

O ficheiro Global Historical Cliamtology Network (GHCN)

Fonte:CO2 Science

Fonte: JISAO


A grande fonte de informação para os dados de temperatura do ar e precipitação por estação meteorológica é o ficheiro Global Historical Climatology Network (Vose,R., et al, 1992). Esta base de dados é constituida por quatro variáveis na sua primeira versão: temperatura, precipitação, pressão ao nível do mar e pressão nas estações climatológicas. As estações climatológicas que a constituem são numerosas e dizem respeito a todas as regiões do globo. O objectivo principal deste ficheiro é fornecer uma base de dados com parâmetros climáticos, a mais completa e longa possível. Contudo, não há somente estações climatológicas com séries seculares, mas são frequentes séries com apenas dez anos de observações, o mínimo exigido para se fazer parte desta base de dados. Há, no total, 7533 estações em todo o Mundo. Os registos superiores a 50 anos são maioritários e 13% das estações possuem séries seculares. Para a Península Ibérica há um total de 106 estações climatológicas 26 das quais em Portugal. Contudo, a maior parte delas não tem registos seculares. De assinalar que a estação de Lisboa/Geofísico é a que regista a maior série de dados na Península Ibérica. Os registos são quase ininterruptos desde 1836 até à actualidade.
Em finais de 1996 e princípio de 1997 saiu uma segunda versão desta base de dados, a partir da qual se começaram a fazer actualizações mais ou menos regulares e onde já constam novos parâmetros referentes às temperaturas máximas e mínimas, mas ainda com um número relativamente reduzido de estações com registos seculares. Contudo, o ficheiro das temperaturas médias da nova versão tem nítidas vantagens em relação à versão anterior na medida em que actualiza as séries de dados, quer para períodos mais recuados, quer para anos mais recentes.
Este ficheiro é, porventura, a maior base de dados por estação meteorológica que se pode encontrar disponível na Internet a nível mundial. A sua constituição decorreu em três fases distintas: a primeira, que corresponde à compilação propriamente dita dos dados; a segunda fase consiste na revisão e atribuição dos parâmetros das diferentes estações climatológicas, tais como, os códigos da WMO (da estação climatológica e do país) e dos parâmetros geográficos (latitude, longitude e altitude); a terceira fase compreende os testes de homogeneidade às séries de dados e, sempre que possível, a posterior correcção. É, portanto, um ficheiro em que os dados são bastante fiáveis, cuja qualidade é reconhecida. Resta acrescentar que as metodologias estatísticas utilizadas nos testes de homogeneidade, elaborados pela equipa que construiu este ficheiro, são das mais utilizadas e conceituadas a par do método de Alexandersson. Essas metodologias são referidas nos trabalhos de Easterling e Peterson (1995), Peterson e Easterling (1994) e Easterling, et al. (1996).
Estes dados podem ser acedidos a partir do site do NCDC, quer por FTP ou via WWW


Bibliografia

Vose, R. S.; Schmoyer, R. L.; Steurer, P. M.; Peterson, T. C.; Heim, R. R.; Karl, T. R.; Eischeid, J. K. (1992) - The Global Historical Climatology Network: Long-term Monthly Temperature, Precipitation, Sea-level, and Station Pressure Data. Environmental Sciences Division Publ.nº 3912, 189 pp.

Easterling, D.R.; Peterson, T.C. (1995) - A new method for detecting and adjusting undocumented discontinuities in climatological time series. International Journal of Climatology, 15: 369-377

Easterling, D.R.; Peterson, T.C.; Karl, T.R. (1996) - On the development and use of homogeneized climate data sets.Journal of Climate, 96: 1429-1434

Peterson,T.C.; Easterling,D.R. (1994) - Creation of homogeneous composite climatological reference series. International Journal of Climatology, 14: 671-679.

Friday, December 15, 2006

Dados de SLP



Global Monthly Sea Level Pressure (GMSLP2.1) (Barnett e Parker, 1997)

Imagem obtida dos dados HadSLP1



A base de dados do Hadley Center/ U.K. Met. Office tem a particularidade de ter uma janela temporal bastante alargada. Há dados para todo o Globo disponíveis entre 1871 e 1994. Contudo, não está ainda actualizada. Estes dados permitem trabalhar numa janela temporal alargada e são fundamentais na detecção de outras facetas das variações do clima, impossíveis de analisar em períodos de tempo mais curtos.
É, à semelhança dos outros ficheiros, uma base de dados em ponto de rede global de resolução de 5º. Foi sujeita a rigorosos procedimentos de controlo de qualidade. No entanto, os autores identificaram alguns problemas em regiões do Hemisfério Sul, onde a informação é mais escassa. Só foram retirados, mais uma vez, dados para a Bacia do Atlântico Norte.

Esta base de dados é a original e já foi subtituída, primeiro, pela HadSLP1 e, mais recentemente pela HadSLP2, já referenciada neste blog.


Northern Hemisphere Monthly Sea-Level Pressure Grids, continuing from 1899

Imagem obtida a partir dos dados do ficheiro de Trenberth e Paolino retirada do site do JISAO


Este ficheiro (Trenberth e Paolino, 1980), produzido no NCAR, foi construído a partir de um primeiro na escala diária. O ficheiro mensal tem uma resolução de 5º x 5º e cobre somente o hemisfério Norte. No total, a rede de dados é constituída por mapas mensais com 72 pontos em longitude e 15 em latitude. A principal vantagem deste ficheiro sobre os outros anteriormente descritos reside na cobertura temporal. Esta abrange o período que vai desde 1899 até ao presente. A densidade de dados é muito boa a partir da metade do século XX mas este ficheiro cobre um período que começa em 1899 até à actualidade.

Bibliografia

Barnett, T. A. and Parker, D. E. (1997) - Development of the Global Mean Sea Level Pressure Data Set GMSLP2, Hadley Center Climate Research Technical Note CRTN 79.

Trenberth, K.E.; Paolino Jr., D.A. (1980) – The Northern Hemisphere sea-level pressure data set: Trends, errors and discontinuities. Monthly Weather Review, 180: 855-872

PTG

Joint Institue for the Study of the Atmpshere and Ocean (JISAO)



JISAO é um site com grande quantidade de dados, gerido por Todd Mitchell da Universidade de Washington. Tem uma grande variedade de dados e quase todos no formato NetCDF. Este formato de dados muito prático necessita, contudo, de software específico para ser lido. Há também alguns dados em ASCII.

PTG

NCEP/NCAR Reanalysis (Kalnay, et al., 1996)

Imagem obtida a partir do site do CDC para a altitude do Geopotencial para Agosto de 2006


As reanálises (versão1 - Kalnay, et al., 1996) são um projecto cooperativo entre o NCEP e o NCAR que assenta numa técnica de assimilação de dados para produzir um número relativamente elevado de variáveis climáticas e meteorológicas. Numa primeira fase os dados de observação (temperatura, velocidade do vento, pressão, etc) são analisados e interpolados para sistema de redes tridimensionais ou tetradimenisionais com o auxílio de modelos de circulação geral, utilizados nas previões do estado do tempo. O modelo é então posto em marcha com os dados de observação em que os outputs da simulação são variáveis climáticas (algumas não obtidas de forma directa) e interpoladas em zonas do globo nas quais não é possível recolher qualquer informação sobre o estado do tempo. Neste processo específico são produzidos e “reanalizados” dados a vários passos temporais, que vão desde uma frequência de quatro vezes por dia (de 6 em 6 horas) até aos resumos mensais (médias mensais), sem esquecer as médias diárias, tendo como base o Tempo Universal (UTC).
Existem dados desde 1948 até ao presente e, neste caso, presente significa dados disponíveis na internet com aproximadamente duas semanas de atraso, portanto a actualização pode ser considerada quase em tempo real. A grande vantagem desta base de dados reside no facto de disponibilizar um número elevado de parâmetros (de superfície e de altitude), todos eles relacionados com a dinâmica da atmosfera, formando um conjunto de informações bastante coerente, homogéneo e actualizado.
Os dados desta base de dados estão divididos nas seguintes categorias:

1. Pressure Level Data
2. Surface Data
3. Surface Flux Data
4. Other Flux Data
5. Tropopause Level Data
6. T62 Spectral Coefficients

Os dados estão dispostos numa rede regular global de resolução de 2,5ºLatx2.5ºLong, excepto no caso dos dados de fluxos e coeficientes espectrais, nos quais a resolução é ligeiramente mais fina, não regular, mas gaussiana.
A resolução de 2.5ºLatx2.5ºLong. pode ser considerada adequada até para estudos mais regionais de maior escala, como por exemplo a Península Ibérica .


A grelha e os pontos dos dados NCEP/NCAR Realanlysis sobre a
Península Ibérica



Mas tem sobretudo uma boa resolução para as escalas regionais e hemisféricas, permitindo um pormenor bastante razoável para toda a região do Atlântico Norte.
De referir ainda que há dados a 17 níveis isobáricos: 1000hPa, 925hPa, 850hPa, 700hPa, 600hPa, 500hPa, 400hPa, etc, terminando aos 10hPa. Para todos estes níveis, há informação de diversos parâmetros climáticos e meteorológicos.

Os dados sobre a água precipitável dizem respeito a quantidades de água em toda a coluna atmosférica sobre o ponto geográfico considerado.

Uma segunda versão desta base de dados está agora disponível. Os dados estão disponíveis a partir de 1979 e relativamte à primeira versão há várias vantagens, apesar da menor cobertura temporal:

a) Há maior número de variáveis

b) A versão 2 é conhecida por ser mais fiável e com menos erros relativamente à primeira versão.


Os dados das reanálises podem ser obtidos a partir do site de FTP do Climate Diagnostics Centre (CDC), por exemplo. Aqui estão disponíveis as duas versões das reanálises e os dados estão no formato NetCDF. Também há a possibilidade de os obter num interface WWW no CDC.


Bibliografia

Kalnay, E.; Kanamitsu, M.; Kistler, R., Collins, W.; Deaven, D.; Gandin, L.; Iredell, M.; Saha, S.; White, G.; Wollen, J.; Zhu, Y.; Letman, A.; Reynolds, R.; Chelliah, M.; Ebisuzaki, W.; Higgins, W.; Janowiak, J.; Moo, K.C.; Ropelewski, C.; Wang, J.; Jenne, R; Josepf, D. (1996) – The NCEP/NCAR 40-Year Reanalysis Project. Bulletin of the American Meteorological Society.



PTG

Os dados oceanográficos

Temperaturas de superfície do oceano em 14 de Dezembro de 2006. Imagem obtida no site do Space Science Engineering Center (SSEC).


A variedade de dados sobre o oceano é, hoje em dia, abundante e disponível na internet. Os dados que a seguir apresento são, na minha opinião, os melhores para se estudar a variabilidade das temperaturas de superfície do oceano.
Os ficheiros principais são os provenientes do United Kingdom Met. Office (UKMO), obtido a partir do British Atmospheric Data Center (BADC) e o ficheiro de Kaplan et al. (1998).

The Global Ocean Surface Temperature Atlas (GOSTAPlus)


As temperaturas de superfície do oceano (TSO) do UKMO (Bottomley et al., 1990) foram extraídas da base de dados MOHSST6 (Folland e Parker, 1995; Rayner et al., 1996). Estes dados contêm mapas de temperaturas de superfície do oceano (anomalias mensais e médias), temperaturas marinhas durante a noite (anomalias e médias) e cobertura gelada do oceano, em que os dados estão dispostos em mapas de resolução de 5ºlat.x5ºlong. Os dados vêm expressos em anomalias mensais (*100) relativas ao período 1961-1990. Cada mapa representa um mês em que a referida resolução se traduz em 2592 observações ou variáveis (72 pontos por longitude multiplicado por 36 pontos em latitude), estando a janela global compreendida entre 180W-180E e 90N-90S, muito embora nas latitudes mais elevadas não haja registo de temperaturas. Há dados disponíveis para um período que se inicia em 1856 até à actualidade. Os dados são actualizados com regularidade e os do mês anterior estão, geralmente, disponíveis logo na primeira quinzena do mês seguinte. As maiores densidades de observações registam-se entre as latitudes de 60N e 40S e, principalmente nos anos mais recentes. A densidade no século XIX é muito reduzida e aumenta bruscamente na viragem para o século XX. No entanto é a partir de 1941 que a densidade é elevada e as falhas de dados são reduzidas ao mínimo (Parker et al., 1994), sendo este o período em que os dados são mais fiáveis e em que as diferenças nos instrumentos de medida quase não se fazem notar, em virtude de correcções que esta base de dados foi sofrendo ao longo das diferentes versões (Folland e Parker, 1995).
Para a região do Atlântico Norte, por exemplo, podem ser retirados do MOHSST6 os dados entre as longitudes 102.5W e 27.5E e as latitudes de 17.5N e 67.5N . No entanto, há um elevado número de falhas no século XIX. O melhor período para análise de dados é o que corresponde à segunda metade do Século XX, o período com menor número de falhas e em que o ficheiro é construído com uma elevada densidade de pontos, em particular para a região do Atlântico Norte.

O ficheiro de temperaturas de superfície do oceano de Kaplan et al (1998)


Este ficheiro foi retirado do servidor de FTP do CDC e está disponível numa grelha de 5ºLat.x 5º Long. a partir de 1856 e actualizado regularmente. Este ficheiro foi produzido a partir da versão anterior do MOHSST6 (ou seja o MOHSST5) da base de dados GOSTA do UK Meteorological Office. Para colmatar as falhas de dados, o ficheiro MOHSST foi submetido a vários procedimentos que consistiram em diferentes tipos de interpolações e outras técnicas estatísticas baseadas na projecção de modos ortogonais (EOF’s) como está descrito em Kaplan et al. (1998). Estas técnicas permitiram a colmatação de falhas de dados usando os padrões espaciais extraídos dos dados existentes conjuntamente com uma interpolação temporal. Os dados na grelha de 5ºx5º são anomalias relativamente ao período 1951-1980. É um ficheiro, que por ter uma boa cobertura espacial sem falhas, é correntemente utilizado, em especial nos trabalhos que incidem na região tropical do Pacífico, caracterizada por uma acentuada carência de dados. Está neste caso, por exemplo, o trabalho de Moron e Gouirand (2003).

Bibliografia

Bottomley M., C. K. Folland, J. Hsiung, R. E. Newell, and D. E. Parker, (1990) - Global ocean surface temperature atlas "GOSTA". Meteorological Office, Bracknell, UK and the Department of Earth, Atmospheric and Planetary Sciences, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA, USA. 20 pp and 313 plates.

Folland, C.K.; Parker, D.E. (1995) – Correction of instrumental biases in historical sea surface temperatures data. Journal of Meteorological Society, 121: 319-368.

Kaplan, A.; Cane, M.A.; Kushnir, Y.; Clement, A.C.; Blumenthal, M.B.; Rajagopalan, B. (1998) – Analyses of global sea surface temperature 1856-1991. Journal of Geophysical Research, 103: 18567-18589.

Moron, V.; Gouirand, I. (2003) – Seasonal modulation of the El Niño-Southern Oscillation relationship with sea level pressure anomalies over the North Atlantic in October-March 1873-1996. International Journal of Climatology, 23: 143-155.

Parker, D.E., Jones, P.D., Folland, C.K., Bevan, A. (1994) – Interdecadal changes of surface temperatures since the late nineteenth century. Journal of Geophysical Research, 99: 14373-14399.

Rayner, N.A., Horton, E.B., Parker, D.E., Folland,C.K., e Hackett, R.B. (1996) - Version 2.2 of the Global sea-Ice and Sea Surface Temperature data set, 1903-1994. CRTN 74, Hadley Centre, Met Office, Bracknell, UK.
PTG

International Panel for Climate Change (IPCC)

O IPCC foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo programa ambiental das Nações Unidas (United Nations Evironment Programme – UNEP), tendo em conta o problema levantado por um provável cenário de alteração/mudança climática, bem como os consequentes impactos nas actividades e comunidades humanas. Não se destina a produzir dados ou investigação científica propriamente dita, mas analisa todos os resultados, em forma de publicações ou em forma de dados, que a comunidade científica em geral vai produzindo. O IPCC está dividido em três grupos de trabalho (conhecidos por Working Groups I, II e III) e uma Task Force. O grupo de trabalho I dedica-se ao estudo dos aspectos científicos do sistema climático e das alterações climáticas. O grupo II trata dos aspectos relacionados com a vulnerabilidade e adaptação quer dos sistemas humanos e sócio-económicos, quer dos sistemas naturais. Já o grupo III assenta a sua acção no estudo das possibilidades de redução das emissões de gases de efeito de estufa, no sentido de mitigar as alterações climáticas.
Para este trabalho foi sobretudo útil o IPCC Data Distribution Center, no qual se podem encontrar dados e produtos relacionados com as alterações climáticas, tais como cenários e vários resultados dos modelos de simulação climática mais conhecidos.
PTG

British Atmospheric Data Centre (BADC)


A principal função do BADC é organizar e localizar dados para toda a comunidade científica, em particular a residente no Reino Unido. O centro congrega e acolhe dados de outras instituições, entre as quais se destacam as seguintes por serem mais utilizadas em inúmeros trabalhos de investigação cietífica:
a) Dados do European Center for Medium Wrange Forecast (ECMWF);
b) Dados do United Kingdom Meteorological Office (UKMO).

Neste último caso o destaque vai para a base de dados designada com Global Ocean Surface Temperature Atlas (GOSTA), que contém dados de temperaturas de superfície do oceano e de cobretura de gelo. De referir ainda a base de dados do Met Office Hadley Centre Data, que contém dados de pressão ao nível do mar a uma escala secular e global e, também, dados de radiosondagens e séries temporais muito longas de temperatura relativas à região Central da Inglaterra (Central England Temperatures).
PTG

Climate Research Unit (CRU)



O CRU situa-se na Universidade de East Anglia em Norwich e é um dos mais importantes centros de investigação ligado à climatologia e ao estudo da variabilidade climática existente no Reino Unido. Este centro está envolvido em numerosos projectos entre os quais se destacam o MEDALUS, ADVANCE-10K, Climate Impacts – Link, Climate Change and Sea Level, ADVICE, IPCC Data Distribution Center, etc. As áreas de investigação vão desde a paleoclimatologia, até ao estudo da variabilidade, variações, e alterações climáticas e respectivos impactos, passando também pela modelização climática e estudos sobre mudanças de escala na análise de modelos climáticos para escalas mais regionais (Downscaling).
Também se dedica à produção de dados entre os quais se destacam os seguintes:
a) Global Land Precipitation (Hulme, 1992,1994 e 1998);
b) CRU05 0.5 Degree 1961-1990 Mean Monthly Climatology (New et al. 1999);
c) CRU05 0.5 Degree 1901-1995 Monthly Climate Time-Series (New et al. 2000);
d) Mediterranean Climate – Medalus Climate Data (Coordenada por Palutikof);
e) Grid-Point Pressure Data for the Northern Hemisphere (Jones);
f) Temperature: Gridded, Hemispheric and Global Averages (Jones)

PTG

National Aeronautics and Space Administration (NASA)








À semelhança do NOAA, também a NASA é um organismo com uma estrutura complexa. Contudo o seu interesse para este trabalho é bastante mais reduzido, logo não se fará aqui uma descrição tão exaustiva. Contudo, interessa sublinhar o inegável interesse que toda esta agência tem para a climatologia em geral, não só as suas bases de dados, mas também a sua vocação em tratamento de dados oriundos de satélites.
Dois centros foram amplamente consultados para a realização deste estudo: O Goddard Space Flight Center (GSFC), que engloba o Distributed Active Archive Center (DAAC) e o Data Assimilation Office (DAO).





O DAAC dispõe de uma extensa base de dados. Nela se pode encontrar informação sobre química da tmosfera, dinâmica da atmosfera e hidrologia, dados sobre a biosfera terrestre (NDVI), detecção remota da côr dos oceanos para estudar a produtividade ecológica destes e, por fim, a interacção dos ventos e das correntes na biologia dos oceanos. É neste centro que podem ser encontradas bases de dados importantes e largamente referenciadas em artigos científicos tais como:
a) Total Ozone Mapping Spectrometer (TOMS);
b) Upper Atmosphere Research Satelite (UARS);
c) Pathfinder Advanced very High Resolution Radiometer (AVHRR) Land Composite Data;
d) GPCC Rain Gauge Analysis for the Global Precipitation Climatology Project (GPCP);
e) GPCP Version 1a Combiened precipitation


Data Assimilation Office (DAO)

Este centro dedica-se sobretudo à assimilação de dados. Será o equivalente do NOAA/NWS/NCEP para a NASA. Os dados são de carácter global e destinam-se ao estudo do sistema climático terrestre e às mudanças climáticas. Para além dos dados, o DAO foi particularmente útil para a obtenção da versão para Windows do software GrADS (Grid Analysis and Display System).

Carbon Dioxide Information Analysis Center (CDIAC)


O CDIAC pertence ao U.S. Departement of Energy e está incluído na Environmental Sciences Divisions no Oak Ridge National Laboratory (ORNL). Este Centro dispõe de uma grande base de dados e publicações, sendo tudo distribuído livremente via internet. Os produtos que dispõe são, fundamentalmente, dados relacionados com gases de efeito de estufa e respectivas emissões. Também se podem encontrar dados climáticos relacionados com variações/variabilidade climática e, mais especificamente, com o aquecimento global.
PTG

NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration




O NOAA é uma grande organização de estrutura complexa e pertence ao United States Department of Commerce. Engloba e congrega um elevado número de organismos, institutos, laboratórios, centros de investigação e centros de dados. Os seus principais objectivos são a descrição e previsão das mudanças no ambiente terrestre, bem como a conservação e o planeamento e ordenamento, de forma sustentada, das zonas costeiras e dos recursos marítimos.
O NOAA engloba:
1. National Environmental Satellite Data and Information Service (NESDIS)
2. National Weather Service (NWS)
3. Office of Oceanic and Atmospheric Research (OAR)
4. National Ocean Service (NOS)
5. NOAA Marine Fisheries (NMFS)

Há numerosas bases de dados no NESDIS, no NWS e no OAR, muito embora todos os outros organismos possuam, igualmente, dados interessantes.
O NESDIS administra e integra programas para o desenvolvimento e uso de sistemas ambientais de detecção remota e adquire, processa, dissimina e promove a troca de dados de cariz ambiental.
O NWS é o principal fornecedor de informação a instituições públicas e privadas sobre previsões do tempo para os Estados Unidos da América. Nele se concentram a maior parte dos dados e informações de cariz meteorológico.
O OAR conduz e dirige investigação nas ciências marinhas, costeiras, atmosféricas e espaciais, quer nos seus próprios laboratórios, quer através de uma rede de programas existentes num conjunto de Universidades por todo o território americano. É considerada a principal unidade dedicada à investigação do NOAA.
O NESDIS e o OAR subdividem-se em organismos mais específicos e, aqui, foi também necessário escolher aqueles que possuiam os dados mais interessantes. Os centros mais importantes na concepção deste trabalho foram os designados “Centro de Dados” (NOAA Data Centers) que são:

a) National Climatic data Center (NCDC);
b) National Geophysical Data Center (NGDC);
c) National Oceanographic Data Center (NODC);
d) Climate Diagnostics Center (CDC).

Enquanto que os três primeiros são “Centros de Dados” no verdadeiro sentido da palavra, o Climate Diagnostics Center é também considerado um laboratório integrado nos Environmental Research Laboratories (ERL), os quais, por sua vez, estão todos integrados no OAR (ao contrário dos outros Centros, que se encontram integrados no NESDIS). Para além do CDC, outros laboratórios podem-se destacar:

· AOML – Atlantic Oceanographic and Meteorological Laboratory
· CMDL – Climate Monitoring and Diagnistics Laboratory
· GFDL – Geophysical Fluid Dynamics Laboratory
· PMEL – Pacific Marine Environmental Laboratory


Os 12 laboratórios estabeleceram acordos e protocolos formais de colaboração com Universidades e várias instituições de investigação sem fins lucrativos para formar 11 Joint Instituts, os quais são considerados centros de investigação de grande qualidade nos vários domínios científicos a que se dedicam. Neste caso, destacam-se os:

· JISAO – Joint Institut for the Study of the Atmosphere and Ocean
· JIMAR – Joint Institut for Marine and Atmospheric Research
· CIRES – Cooperative Institut for Research in Environmental Sciences
· CIRA – Cooperative Institut for Research in the Atmosphere
· CIMAS – The Cooperative Institut for Marine and Atmospheric Studies
· CICOR – Cooperative Institut for Climate and Ocean Research

De referir que nestes Laboratórios e Institutos não estão disponíveis somente dados para análises estatísticas, mas também muita informação qualitativa sob a forma de imagem e texto muito útil na compreensão e aprendizagem de determinados aspectos teóricos, relacionados com as áreas de investigação específicas a que se dedicam cada um destes laboratórios. O Climate Diagnostics Center (CDC) concentra um volume muito importante de dados de diferentes proveniências.
De referir ainda o NWS, do qual fazem parte os National Centers for Environmental Prediction – NCEP - (ex NMC – National Meteorological Center), que conjuntamente com o National Center for Atmospheric Research (NCAR) e o Climate Data Assimilation System (CDAS), elaboraram um precioso conjunto de dados designado por NCEP/NCAR Reanalysis (Kalnay et al., 1996), dados fundamentais para este trabalho, que serão posteriormente analisados com maior detalhe.


NOAA/NESDIS National Climatic Data Centre (NCDC)



Segundo informações dadas pelo próprio centro na sua página da internet, o NCDC tem nos seus arquivos 99% de todos os dados existentes no NOAA. Estes dados vão desde registos em papel, passando por registos informatizados (em CD’s, cassetes de fita magnética, etc), até imagens de satélites meteorológicos desde 1960. Trata-se de um grandioso arquivo de dados meteorológicos, não só dos Estados Unidos da América, mas de todo o Mundo. Podemos encontrar dados meteorológicos para várias estações climatológicas de todos (ou quase todos) os países do Mundo, desde valores normais, até valores às escalas mensais e diárias. Foi neste centro que se retiraram a maior parte dos dados de precipitação por estação meteorológica, para a região em estudo (Península Ibérica). Estes dados estão disponíveis no ficheiro Global Historical Climatology Network (Vose, et al., 1992).

NOAA/NESDIS National Geophysical Data Center (NGDC)


O NGDC é um centro que congrega uma vasta base de dados especialmente dedicados aos campos da geologia marinha e geofísica, paleoclimatologia, física do sistema Sol-Terra, geofísica terrestre e glaciologia (neve e gelo).

NOAA/NESDIS National Oceanographic Data Center (NODC)



O NODC tem como objectivos adquirir, processar, preservar e dissiminar dados oceanográficos. Estes dados estão arquivados neste Centro e disponíveis para toda a comunidade científica mundial. Ao contrário do NCDC (por exemplo), o NODC não se dedica à produção de dados. A sua acção limita-se à reposição e disseminação de dados coligidos e adquiridos por outros. No NODC encontra-se, sobretudo, muita informação sobre correntes oceânicas, dados sobre o nível das águas do mar, temperatura e salinidade dos oceanos e possui uma importante fonte de informação já tratada em ficheiros de imagens, tais como, temperaturas de superfície do oceano actualizadas e muito recentes, às escalas mensais e semanais.

NOAA/OAR Climate Diagnostics Center (CDC)


Os principais objectivos deste Centro são perceber e prever a variabilidade climática, identificando a natureza e as causas das variações climáticas, às escalas temporais que vão desde o mês até ao século. Os investigadores deste centro dedicam-se ao desenvolvimento de modelos para a previsão de importantes variações do clima nestas escalas temporais. A base de dados que se pode encontrar no CDC é muito vasta e variada. Este Centro não se dedica somente ao armazenamento e dissiminação de dados tem, de igual forma, uma vasta informação teórica nos domínios da climatologia diagnóstica e da variabilidade climática a várias escalas temporais. Os dados quantitativos não são somente originários do CDC. Este Centro reúne dados de diferentes proveniências (Universidades e Centros, Institutos e Laboratórios do NOAA). Os dados disponíveis são todos ficheiros em ponto de rede e em formato NetCDF. Compreendem um elevado número de parâmetros meteorológicos e outros, entre os quais se destacam os ficheiros das Reanálises do NCEP/NCAR, temperaturas de superfície do oceano, fluxo de radiação de longo comprimento de onda, entre muitos.

NOAA/NWS National Centers for Environmental Prediction (NCEP)


Os NCEP são constituídos por nove centros em que cada um tem contribuições e acções específicas para o conjunto de produtos e serviços disponibilizados, mas estão unidos por uma série de objectivos comuns. Os produtos oferecidos vão desde informações meteorológicas e marinhas até ao desenvolvimento de modelos de circulação geral. Para além das previsões para o grande público os NCEP fornecem ainda previsões à escala estacional que podem ter até um ano de avanço. Entre os nove centros gostaria de realçar o Climate Prediction Center (CPC), bem como o Environmental Modelling Center (EMC). O primeiro dedica-se ao estudo e análise do impacto das variações climáticas de alta-frequência e de escala decenal, tais como as relacionadas com o fenómeno El Niño ou as ligadas aos principais modos de variabilidade da atmosfera, tais como, a Oscilação do Atlântico Norte (NAO). Estes estudos são feitos numa perspectiva de previsão de fenómenos extremos e tentativas de mitigação de prejuizos e maximização de ganhos económicos. O EMC dedica-se sobretudo a assimilação de dados através de modelos atmosféricos, oceânicos, ou mistos. A partir de um conjunto de programas e protocolos com outros centros, institutos e laboratórios do NOAA, o EMC, reune toda a informação no sentido de melhorar a previsão numérica do tempo, a previsão climática nos NCEP.

National Center for Atmospheric Research (NCAR)



Este centro foi criado em 1960 para centralizar a investigação nas ciências da atmosfera. O seu principal objectivo é organizar e conduzir investigação no domínio das ciencias que estudam a atmosfera em colaboração com universidades, no sentido de fornecer o que há de melhor em matéria de instrumentos e técnicas de análise para a comunidade científica

As bases de dados climatológicas

Os dados meteorológicos constituem a base fundamental de um trabalho sobre a variabilidade climática. Da sua qualidade depende a qualidade final da investigação. A comunidade científica dispõe hoje de uma grande variedade de dados, grande parte de livre acesso. Contudo, esta grande disponibilidade de dados a custos reduzidos, é um fenómeno relativamente recente. A isto não será estranho o grande desenvolvimento que a climatologia tem demonstrado a nível mundial. Também relevante é o facto de a um grande aumento na quantidade dos dados, haver um igual aumento na qualidade, o que à partida poderá até parecer contraditório. Este aumento na qualidade e quantidade de dados fica a dever-se a variadíssimos factores, entre os quais se destacam os seguintes:

1. Desenvolvimento e maior rigor nas técnicas de controlo de qualidade dos dados climáticos

As técnicas de controlo de qualidade dos dados climáticos têm conhecido um desenvolvimento cada vez maior. Exemplo disto são as crescentes preocupações dos climatólogos sobre este aspecto traduzido num reforço da consciência de que é absolutamente necessário trabalhar com informação quantitativa fiável, sob pena de os resultados poderem ser irrealistas. Os artigos específicos sobre este aspecto existem já em grande número dos quais se destacam os trabalhos de Peterson e Easterling (1994), Easterling e Peterson (1995), Easterling et al. (1996), Hansen-Bauer e Forland (1994), Alexandersson (1984 e 1986), Alexandersson e Morberg (1997); Morberg e Alexandersson (1997). Os dados organizados em redes regulares também são dotados de rigoroso controlo de qualidade, pelo menos os oriundos dos principais centros de investigação.

2. Desenvolvimento da informática

O desenvolvimento da informática permitiu o tratamento de cada vez maiores volumes de dados em espaços de tempo cada vez mais reduzidos. Também gerou grande desenvolvimento para a construção de bases de dados, em que algumas delas se actualizam quase em tempo real. Da mesma forma, a capacidade de armazanamento aumentou grandemente, possibilitando dispôr de bases de dados cada vez mais completas e complexas. Os dados estão hoje disponíveis em inúmeros formatos diferentes. Para além dos formatos mais comuns, tais como texto ascii (.txt) ou folhas de cálculo (.wk1 ou .xls, respectivamente Lotus e Excel), há também a considerar os formatos binários (IEEE – floating point 32 ou 64 bit little-endian; IEEE - floating point 32 ou 64 bit big-endian), GRIB (Gridded Binary), HDF (Hierarchical Data Format), NetCDF (Network Commom Data Format), entre outros. Estes últimos formatos permitiram a criação e fácil divulgação de bases de dados que até há relativamente poucos anos não se encontravam disponíveis para os utilizadores individuais e, acima de tudo, armazenar maiores quantidades de informação em menores quantidades de memória. Exemplos disto são os ficheiros GRIB, formato da Organização Meteorológica Mundial, e são usados por inúmeros centros meteorológicos, um pouco por toda a parte, para guardar e trocar informação organizada em campos meteorológicos e climatológicos. A grande vantagem destes ficheiros é que, com eles, consegue-se guardar grandes volumes de dados em metade ou um terço do tamanho do que seria de esperar para ficheiros mais comuns em formato binário (float 32bits ou 64 bits). Já os formatos NetCDF têm outras características. São utilizados à semelhança do formato GRIB, para campos meteorológicos e climatológicos, mas têm outras especificidades. Assim, um ficheiro de formato NetCDF tem as seguintes características, que podem ser consideradas como inovadoras:

a) Contém informação sobre os dados a que se refere o ficheiro;
b) São ficheiros (à semelhança dos formatos Grib) que podem ter várias dimensões, para uma melhor análise dos campos meteorológicos. Os ficheiros mais comuns são tridimensionais caso se trate, por exemplo, de dados de superfície (Lat., Long. e Tempo) ou então, tetradimensionais, para os ficheiros que se reportam a dados a vários níveis da atmosfera (Lat., Long., Tempo e Nível).
c) A arquitectura do ficheiro é independente do hardware (máquina) que o gerou, permitindo que tipos muito diferentes de computadores, estações de trabalho, computadores pessoais, etc, possam, sem dificuldade ler os dados, bastando para isso que disponham de software adequado;
d) A extracção de janelas espacio-temporais está muito simplificada neste tipo de ficheiros. Quer isto dizer que se se pretender somente analisar uma parte do Globo Terrestre e/ou uma parte do período disponível, tal pode ser feito sem que para isso seja necessário ler todo o ficheiro;
e) Os ficheiros NetCDF permitem actualizações e junção de nova informação, numa só dimensão, ou a todas, sem ser necessário redefinir toda a estrtura do ficheiro;
f) Por fim, estes ficheiros permitem o acesso a vários utilizadores ao mesmo tempo.

3. Desenvolvimento dos modelos de simulação climática, de circulação geral e assimilação de dados

A evolução informática possibilitou também uma grande evolução nos modelos de circulação geral e de simulação climática. Os dados, sobretudo os de carácter global organizados em mapas de resoluções muito diversificadas (campos meteorológicos), conheceram um grande desenvolvimento. No entanto, a construção de ficheiros globais reveste-se de alguns problemas, sobretudo os ligados à interpolação de dados, uma vez que não se dispõe de informação para todas as áreas do Globo Terrestre. Frequentemente, a interpolação era feita de forma subjectiva, por investigadores que teriam à priori um bom conhecimento da forma das estruturas dinâmicas mais típicas presentes nas variáveis meteorológicas e climatológicas (oceânicas e atmosféricas). A assimilação de dados é hoje um processo corrente que consiste na recolha de dados de observação em diferentes pontos do Globo, os quais são posteriormente inseridos num modelo de circulação geral em modo de prognóstico, ou numa combinação entre modelos atmosféricos e estatísticos. Este facto vai não só permitir “encher” de informação as zonas das quais não é possível obtê-la de forma directa (por exemplo, o Pacífico Sul e regiões polares), mas também gerar de forma indirecta outros parâmetros meteorológicos dos quais não se dispõe de medições directas. Estão neste caso os dados das Reanálises do NCEP/NCAR (Kalnay et al., 1996).

4. O advento da internet

O advento da internet, a sua rápida evolução e desenvolvimento, permitiriam a rápida dissiminação de informação, quer qualitativa, quer quantitativa. Uma grande variedade de dados está hoje disponível na internet o que faz com que as diferentes bases de dados e diferentes ficheiros sejam intensivamente testados por toda a comunidade científica. Assim, as bases de dados são testadas pelos utilizadores que podem aceder a grande parte delas sem custos adicionais
A acompanhar o desenvolvimento da informática, a internet possibilitou ainda grandes avanços no desenvolvimento de software específico para fins climatológicos, no que diz respeito ao manuseamento, leitura e tratamento estatístico de dados climáticos. Gostaria aqui de salientar o software GrADS (Grid Analysis and Display System) que foi disponibilizado por um conjunto de investigadores e que o colocaram disponível a toda a comunidade científica para o seu uso e desenvolvimento. De referir que este software foi largamente utilizado ao longo deste trabalho. Também largamente utilizado foi o software desenvolvido e disponibilizado pelo Theoretical Climate Dynamics (TCD) da UCLA, no seu site de internet designado por SSA-MTM Toolkit (Dettinger et al.,1995; Ghil et al. ,2002), para a análise de séries temporais.

Bibliografia:

Alexandersson, H. (1984) – A homogeneity test based on ratios and applied to precipitation series. Reports nº 79, Dept. of Meteorology, Upsala, Sweden, pp. 55.

Alexandersson, H, (1986) - A Homogeneity Test Applied to Precipitation Data. Journal of Climatology, 6: 661-675.

Alexandersson, H.; Moberg, A. (1997) – Homogeneization of Swedish temperature data. Part I : Homogeneity test for linear trends. International Journal of Climatology, 17: 25-34.
Easterling, D.R.; Peterson, T.C. (1995) - A new method for detecting and adjusting undocumented discontinuities in climatological time series. International Journal of Climatology, 15: 369-377

Dettinger, M.D.; Ghil, M.; Strong, C.M.; Weibel, W.; Yiou, P. (1995) – Software expedites singular-spectrum analysis of noisy time series. Eos, Trans. American Geophysical Union, 76(2): 12,14,21

Easterling, D.R.; Peterson, T.C.; Karl, T.R. (1996) - On the development and use of homogeneized climate data sets.Journal of Climate, 96: 1429-1434

Ghil, M.; Allen. M.R.; Dettinger, M.D.; Ide, K.; Kondrashov, D.; Mann, M.E.; Robertson, A.W.; Saunders, A.; Tian, Y.; Varadi, F.; Yiou, P. (2002) - Advanced Spectral Methods for climatic time series. Reviews of Geophysics, 40 (1): 1-41.

Hanse-Bauer, I.; Forland, E.J. (1994) – Homogenizing long Norwegian precipitation series. Journal of Climate, 7: 1001-1013.

Kalnay, E.; Kanamitsu, M.; Kistler, R., Collins, W.; Deaven, D.; Gandin, L.; Iredell, M.; Saha, S.; White, G.; Wollen, J.; Zhu, Y.; Letman, A.; Reynolds, R.; Chelliah, M.; Ebisuzaki, W.; Higgins, W.; Janowiak, J.; Moo, K.C.; Ropelewski, C.; Wang, J.; Jenne, R; Josepf, D. (1996) – The NCEP/NCAR 40-Year Reanalysis Project. Bulletin of the American Meteorological Society, Março

Peterson,T.C.; Easterling,D.R. (1994) - Creation of homogeneous composite climatological reference series. International Journal of Climatology, 14: 671-679.

Moberg, A.; Alexandersson, H. (1997) – Homogenization of Swedish temperature data. Part II: homogenized gridded air temperature compared with a subset of global gridded air temperature since 1861. International Journal of Climatology, 17: 35-54.

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Climatic Change


O último número da revista Climatic Change, Volume 79, Numbers 3-4 / December, 2006.


Uncertainties in Predicting Tourist Flows Under Scenarios of Climate Change
Category
Editorial Essay
DOI
10.1007/s10584-006-9081-y
Authors
Stefan Gössling and C. Michael Hall
Text
PDF (159 kb)
163-173

Predicting tourism flows under climate change
An editorial comment on Gössling and Hall (2006)
Category
Editorial
DOI
10.1007/s10584-006-9190-7
Authors
Andrea Bigano, Jacqueline M. Hamilton, David J. Maddison and Richard S. J. Tol
Text
PDF (126 kb)
175-180

Uncertainties in predicting travel flows: common ground and research needs. A reply to Bigano et al.
DOI
10.1007/s10584-006-9191-6
Authors
Stefan Gössling and C. Michael Hall
Text
PDF (87 kb)
181-183

Going to the Extremes
An Intercomparison of Model-Simulated Historical and Future Changes in Extreme Events
DOI
10.1007/s10584-006-9051-4
Authors
Claudia Tebaldi, Katharinec Hayhoe, Julie M. Arblaster and Gerald A. Meehl
Text
PDF (2,523 kb)
185-211

Arctic climate change with a 2 ∘C global warming: Timing, climate patterns and vegetation change
DOI
10.1007/s10584-006-9113-7
Authors
Jed O. Kaplan and Mark New
Text
PDF (5,134 kb)
213-241

A Demonstration of the Uncertainty in Projections of UK Climate Change Resulting from Regional Model Formulation
DOI
10.1007/s10584-006-9100-z
Author
David P. Rowell
Text
PDF (384 kb)
243-257

Potential Impacts of Climate Change on Agriculture: A Case of Study of Coffee Production in Veracruz, Mexico
DOI
10.1007/s10584-006-9066-x
Authors
C. Gay, F. Estrada, C. Conde, H. Eakin and L. Villers
Text
PDF (280 kb)
259-288

Increasing Aridity is Enhancing Silver Fir Abies Alba Mill.) Water Stress in its South-Western Distribution Limit
DOI
10.1007/s10584-006-9071-0
Authors
Marc Macias, Laia Andreu, Oriol Bosch, J. Julio Camarero and Emilia Gutiérrez
Text
PDF (509 kb)
289-313

Regionally optimized forest management under changing climate
DOI
10.1007/s10584-006-9098-2
Authors
T. Nuutinen, J. Matala, H. Hirvelä, K. Härkönen, H. Peltola, H. Väisänen and S. Kellomäki
Text
PDF (589 kb)
315-333

Forest Carbon Dynamics in the Pacific Northwest (USA) and the St. Petersburg Region of Russia: Comparisons and Policy Implications
DOI
10.1007/s10584-006-9077-7
Authors
Ralph J. Alig, Olga Krankina, Andrew Yost and Julia Kuzminykh
Text
PDF (410 kb)

Climate Dynamics, nº2 e 3 - Fev. 2007


A revista Climate Dynamics já tem disponível online os números 2 e 3 referentes a Fevrereiro de 2007. A lista de artigos é a que se segue:

1.
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Detecting decadal changes in ENSO using neural networks
Authors
Julie A. Leloup, Zouhair Lachkar, Jean-Philippe Boulanger and Sylvie Thiria
Text
PDF (1,394 kb) HTML

2.
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Effects of the baroclinic adjustment on the tropopause in the NCEP–NCAR reanalysis
Authors
Alessandro Dell’Aquila, Paolo M. Ruti and Alfonso Sutera
Text
PDF (365 kb) HTML

3.
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ENSO forcing of the Northern Hemisphere climate in a large ensemble of model simulations based on a very long SST record
Authors
Ivana Herceg Bulić and Čedo Branković
Text
PDF (3,591 kb) HTML

4.
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ENSO influence on Europe during the last centuries
Authors
S. Brönnimann, E. Xoplaki, C. Casty, A. Pauling and J. Luterbacher
Text
PDF (3,055 kb) HTML

5.
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Long-term climate response to stabilized and overshoot anthropogenic forcings beyond the twenty-first century
Authors
Junichi Tsutsui, Yoshikatsu Yoshida, Dong-Hoon Kim, Hideyuki Kitabata, Keiichi Nishizawa, Norikazu Nakashiki and Koki Maruyama
Text
PDF (922 kb) HTML

6.
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Neural network based daily precipitation generator (NNGEN-P)
Authors
Jean-Philippe Boulanger, Fernando Martinez, Olga Penalba and Enrique Carlos Segura
Text
PDF (682 kb) HTML

7.
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Projection of future climate change conditions using IPCC simulations, neural networks and Bayesian statistics. Part 2: Precipitation mean state and seasonal cycle in South America
Authors
Jean-Philippe Boulanger, Fernando Martinez and Enrique C. Segura
Text
PDF (1,103 kb) HTML

8.
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Propagating decadal sea surface temperature signal identified in modern proxy records of the tropical Pacific
Authors
Christina L. Holland, Robert B. Scott, Soon-Il An and Frederick W. Taylor
Text
PDF (1,221 kb) HTML

9.
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Sensitivity of the Asian summer monsoon to the horizontal resolution: differences between AMIP-type and coupled model experiments
Authors
Annalisa Cherchi and Antonio Navarra
Text
PDF (2,700 kb) HTML

10.
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Simulated Antarctic precipitation and surface mass balance at the end of the twentieth and twenty-first centuries
Authors
G. Krinner, O. Magand, I. Simmonds, C. Genthon and J. -L. Dufresne
Text
PDF (930 kb) HTML

Climlist

A Climlist é a grande mailing list de climatologia. Vale a pena ser membro, não só pela qualidade da informação recebida, como também pela qualidade dos membros´que dela fazem parte. A lista de nomes é impressionante.
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Último número do International Journal of Climatology


Apresenta-se a lista de artigos do último número do International Journal of Climatology. É o Volume 26, nº15, de Dezembro de 2006.
Volume 26, Issue 15 (December 2006)
Articles in the Current Issue:
Research Articles
Measurement of climate complexity using sample entropy (p 2131-2139) Li Shuangcheng, Zhou Qiaofu, Wu Shaohong, Dai Erfu Published Online: 30 May 2006 DOI: 10.1002/joc.1357
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 318K) Save Article
Canadian RCM projected climate-change signal and its sensitivity to model errors (p 2141-2159) L. Sushama, R. Laprise, D. Caya, A. Frigon, M. Slivitzky Published Online: 6 Jul 2006 DOI: 10.1002/joc.1362
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 622K) Save Article
A regional climate study of Central America using the MM5 modeling system: results and comparison to observations (p 2161-2179) Jose L. Hernandez, Jayanthi Srikishen, David J. Erickson III, Robert Oglesby, Daniel Irwin Published Online: 6 Jul 2006 DOI: 10.1002/joc.1361 Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 2797K) Save Article
Variability of precipitation in the Atacama Desert: its causes and hydrological impact (p 2181-2198) John Houston Published Online: 6 Jul 2006 DOI: 10.1002/joc.1359
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 1078K) Save Article
Detecting spatio-temporal precipitation variability in Portugal using multichannel singular spectral analysis (p 2199-2212) Sílvia Antunes, Oliveira Pires, Alfredo Rocha Published Online: 30 May 2006 DOI: 10.1002/joc.1358
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 1456K) Save Article
Monitoring the 2003-2004 meteorological drought over Pannonian part of Croatia (p 2213-2225) Domagoj Mihajlovi Published Online: 26 Jun 2006 DOI: 10.1002/joc.1366
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 507K) Save Article
Temporal and spatial variability of surface ozone at Delhi and Antarctica (p 2227-2242) Sachin D. Ghude, S. L. Jain, B. C. Arya, P. S. Kulkarni, Ashok Kumar, Nazhir Ahmed Published Online: 29 Jun 2006 DOI: 10.1002/joc.1367
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 274K) Save Article
Temporal dynamics of the urban heat island of Singapore (p 2243-2260) Winston T. L. Chow, Matthias Roth Published Online: 12 Jul 2006 DOI: 10.1002/joc.1364
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 503K) Save Article
Surface energy balance calculations for small northern lakes (p 2261-2273) J. Binyamin, W. R. Rouse, J. A. Davies, C. J. Oswald, W. M. Schertzer Published Online: 10 Aug 2006 DOI: 10.1002/joc.1365
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 765K) Save Article
Observed trends in daily precipitation indices in South Africa: 1910-2004 (p 2275-2285) A. C. Kruger Published Online: 26 Jun 2006 DOI: 10.1002/joc.1368
Abstract
References Full Text:
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Short Communications
How well do the central England temperature and the England and Wales precipitation series represent the climate of the UK? (p 2287-2292) P. J. Croxton, K. Huber, N. Collinson, T. H. Sparks Published Online: 6 Jul 2006 DOI: 10.1002/joc.1378
Abstract
References Full Text:
PDF (Size: 92K) Save Article

Hadley Centre Sea Level Pressure dataset (HadSLP2)



O Hadley Centre construiu uma nova versão (V.2) dos dados de Pressão ao nível do mar, com a designação HadSLP2. Os dados podem ser descarregados na página oficial da base de dados, onde pode ser também encontrada uma descrição pormenorizada.
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Último número do "Journal of Climate"

O último número da revista Journal of Climate (Vol. 19, nº 22 - Novembro de 2006) já está disponível online. A lista dos artigos é a seguinte encontra-se aqui referenciada. É possível consultar os resumos (abstracts). Os artigos completos podem ser adquiridos ou com assinatura ou através de um pagamento.


ARTICLES
Ancient Austrocedrus Tree-Ring Chronologies Used to Reconstruct Central Chile Precipitation Variability from a.d. 1200 to 2000
Carlos Le Quesne, David W. Stahle, Malcolm K. Cleaveland, Matthew D. Therrell, Juan Carlos Aravena, and Jonathan Barichivich
5731–5744
Abstract . Full Text . PDF (1.13M)
The Effect of Environmental Conditions on Tropical Deep Convective Systems Observed from the TRMM Satellite
Bing Lin, Bruce A. Wielicki, Patrick Minnis, Lin Chambers, Kuan-Man Xu, Yongxiang Hu, and Alice Fan
5745–5761
Abstract . Full Text . PDF (1.16M)
Winter North Atlantic Oscillation Hindcast Skill: 1900–2001
Christopher G. Fletcher and Mark A. Saunders
5762–5776
Abstract . Full Text . PDF (1.98M)
Bifurcation Structure of Thermohaline Millennial Oscillations
A. Colin de Verdière, M. Ben Jelloul, and F. Sévellec
5777–5795
Abstract . Full Text . PDF (1.21M)
Studies of El Niño and Interdecadal Variability in Tropical Sea Surface Temperatures Using a Nonnormal Filter
Cécile Penland and Ludmila Matrosova
5796–5815
Abstract . Full Text . PDF (3.62M)
A New Globally Complete Monthly Historical Gridded Mean Sea Level Pressure Dataset (HadSLP2): 1850–2004
Rob Allan and Tara Ansell
5816–5842
Abstract . Full Text . PDF (3.55M)
Twentieth-Century Surface Air Temperature over China and the Globe Simulated by Coupled Climate Models
Tianjun Zhou and Rucong Yu
5843–5858
Abstract . Full Text . PDF (2.42M)
Some Overlooked Features of Tropical Atlantic Climate Leading to a New Niño-Like Phenomenon
Yuko Okumura and Shang-Ping Xie
5859–5874
Abstract . Full Text . PDF (2.26M)
The Temporal Variability of Soil Moisture and Surface Hydrological Quantities in a Climate Model
Vivek K. Arora and George J. Boer
5875–5888
Abstract . Full Text . PDF (1.74M)
The Impact of Satellite Winds and Latent Heat Fluxes in a Numerical Simulation of the Tropical Pacific Ocean
Ludos-Herve Ayina, Abderrahim Bentamy, Alberto M. Mestas-Nuñez, and Gurvan Madec
5889–5902
Abstract . Full Text . PDF (1.46M)
The Effect of Potential Future Climate Change on the Marine Methane Hydrate Stability Zone
Jeremy G. Fyke and Andrew J. Weaver
5903–5917
Abstract . Full Text . PDF (1.23M)
A Climatology of Tropospheric Zonal-Mean Water Vapor Fields and Fluxes in Isentropic Coordinates
Tapio Schneider, Karen L. Smith, Paul A. O’Gorman, and Christopher C. Walker
5918–5933
Abstract . Full Text . PDF (2.32M)
NOTES AND CORRESPONDENCE
Atmospheric Modes of Variability in a Changing Climate
Jenny Brandefelt
5934–5943
Abstract . Full Text . PDF (1.76M)

Thursday, December 14, 2006

A variabilidade climática: um assunto sério

A variabilidade climática (VB) é um assunto sério. No entanto, tem sido muito maltratada por estar frequentemente no domínio da discussão política. A VB é um tema que não deveria sair da esfera científica, pois quando tal acontece, dizem-se ou autênticos disparates, ou imprecisões grosseiras.
Este Blog destina-se ao tratamento e divulgação científica do tema. Não pretende entrar em polémicas, entrar em discussões inúteis, ou assumir esta ou aquela "posição".
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